Monstros de Foucault
Nota. Escutei certa frase por duas vezes durante as últimas aulas de Filosofia da professora Mirian Prazeres, em dois seminários diferentes sobre Foucault. Uma frase sobre monstros, insanidade, humanidade, genialidade... Fiquei deveras instigada com aquela frase, portanto, eis-la.
{"Precisamos resolver nossos monstros secretos, nossas feridas clandestinas, nossa insanidade oculta. (...) superar esses monstros, vencê-los e utilizá-los como servos da nossa inteligência..."} - M. Foucault.✨
E houve ainda uma boa intertextualidade com a palestra sobre disfunção mental, da última quinta. Fui pesquisar e descobri, dentre outras coisas, que Foucault - esse brilhante pensador do século XX e autor da frase - tratava sobre sociologia para explicar o comportamento humano. E sim, eu achei interessante. Vasculhei o que pude encontrar de textos sobre vida e obra. Aquela frase me cativou.
Francês filho de um cirurgião conservador, Foucault foi um envolvido com os estudos de Filosofia do Conhecimento, Psicologia experimental, e chegou a lecionar uma disciplina chamada ´´História dos Sistemas de Pensamento´´ no Collége de France. Foi autor de "História da loucura", "As palavras e as coisas", "Arqueologia do saber", entre outros escritos sobre a investigação da loucura. Sendo que propôs, no grande geral, foi que uma teoria do poder o qual sofremos advindo do Estado, da sociedade, e até mesmo da escola. Será que compreendem o que aquele homem estava a falar?! E os loucxs não estão submetidos à disciplina mental, às estruturas de poder disciplinar... Enfim, e 84 fora o ano de sua morte.
Espero ansiosamente que possamos discutir Foucault de novo em breve. O inteligentíssimo homossexual careca! Afinal de contas, já que pensar é preciso, que todos "acendamos" de uma vez nossas potencialidades cerebrais: a clareza de ideias é a grande chave de controlar o monstro. Acredito que, dificilmente no mundo intelectual, haja espaço para inertes, ou para alguma forma de prepotência. E vou ter a ousadia de concordar que, talvez a linha entre a loucura e a genialidade incompreendida seja ainda mais tênue do que se pensava que era. Acho que quando ele falava dos monstros, se referia à nossa própria ignorância; todos temos alguns monstros, e como temos...
Carolina Lino, notação de 6 de novembro.