Das dádivas do Nilo

16/11/2015

   A tragédia de Paris, a catástrofe ambiental em Mariana, e esta época de provas finais e de vestibulares... Não tive boa oportunidade de mencionar a feira de Ciências. Se bem que tanto o acidente da mineradora quanto nosso trabalho, trazem referência à questão hídrica. Pois bem. Em nosso projeto de Ciências deste ano, Vitória Preis Ferreira e eu falamos sobre eclusas. Eclusa é uma engenhoca inventada pelos antigos egípcios, um "elevador" aquático que controla o nível d'água, por um sistema de comportas, para que embarcações viajem com segurança por rotas náuticas que apresentam desníveis. Sim, pois imaginem o Egito, uma das primeiras civilizações humanas e em pleno deserto: controlar as águas do Nilo foi simplesmente primordial! Séculos atrás, graças ao trabalho dos primeiros matemáticos; e até pelo porquê de que o transporte do material para a construção das majestosas pirâmides egípcias foi via água. Não à toa esse povo antigo idolatrava o Nilo! Enfim, o tempo passou, o Egito fora dominado por diversos povos, dentre os quais cito os gregos, romanos, depois pelos turcos, depois franceses (por Napoleão Bonaparte) e ingleses - assim, a tecnologia do Antigo Egito, inclusive a náutica, foi disseminada ao mundo! 

   Também mencionamos as três eclusas do Canal do Panamá - uma construção via terra que liga o Pacífico ao Atlântico. E é vantajoso, um pedágio de cerca de 100 mil euros por embarcação... é compreensível a disputa geopolítica por eclusas... ainda mais, sendo que não precisam de energia elétrica, o sistema é todo problematizado pela própria força da água, a construção demora enquanto gera empregos e oportunidades sociais! 
   Fomos rebeldes (hehe) e também falamos um pouquinho sobre o Canal de Suez, no Egito (que liga o Mar Vermelho ao Mediterrâneo), mesmo que ele não tenha eclusa nenhuma.
Com a grande ajuda de um estudante de Engenharia, fizemos nosso protótipo, uma maquete de acrílico. Com uma proposta, concluímos que usar de eclusas seria uma boa iniciativa para o Brasil (que tem muitos rios de planalto, o que é viável; e, considerando que a navegação é uma forma de transporte não tão poluente quanto os combustíveis fósseis, por exemplo...).
   Mas acima de tudo.... nós viemos a relembrar o que aqueles egípcios antigos fizeram... ELES CRIARAM! Eles inovaram! Se colocaram para pensar e desenvolveram soluções inteligentes para seus impasses! - e não digo somente quanto ao domínio do Nilo. Acima de tudo, a conclusão foi a esperança, intermediada pela criatividade. E não é o que mundo precisa?! Pelo menos, é o que eu espero para a pauta da destruição de Mariana, ou para os conflitos ideológicos em Paris...: soluções inteligentes!... e quanto aos vestibulares, também há a conexão: o papel da universidade de incentivar as invenções...


Carolina Lino - Blog de temáticas sociopolíticas e culturais
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